sexta-feira, 29 de julho de 2011

conheça a história dos Templos

A História dos Templos
Élder James E. Talmage (1862–1933)
Do Quórum dos Doze Apóstolos
Tanto por sua origem como pelo uso comum a palavra templo, quando usada literalmente, tem um significado restrito e específico. A idéia de templo é essencialmente a de um lugar destinado especificamente às cerimônias consideradas sagradas, seja o seu caráter sagrado real ou suposto; num sentido mais restrito, os templos são prédios construídos para a realização de cerimônias sagradas e são utilizados exclusivamente para esse fim.
Em latim, a palavra Templum era equivalente ao termo hebraico Beth Elohim, e significava a morada da Deidade; portanto, como era relacionada à adoração da Deidade, seu significado literal era a Casa do Senhor.
Em muitas épocas diversas, tanto os adoradores de ídolos como os seguidores do Deus verdadeiro e vivo construíram prédios considerados inteiramente como santuários ou que continham certas áreas consideradas santuários. Os templos pagãos da antigüidade recebiam o nome de deuses e deusas mitológicos e eram considerados como sendo a morada do deus cujo nome levavam. Os pátios externos desses templos eram utilizados para assembléias gerais e cerimônias públicas, mas sempre havia recintos interiores em que somente os sacerdotes consagrados podiam entrar e onde, dizia-se, a divindade manifestava sua presença. Uma prova da exclusividade dos templos antigos, até dos pagãos, é que vemos que o altar pagão não ficava dentro do templo em si; ficava de frente para a entrada principal. Os templos nunca foram vistos como locais de assembléias para o público em geral, mas como recintos sagrados, consagrados às cerimônias mais solenes de um sistema de adoração específico (seja idólatra ou divino) e eram um símbolo visível e uma imagem tangível desse sistema.
Na antigüidade, o povo de Israel destacou-se entre as nações pela construção de santuários dedicados ao nome do Deus vivo. Esse serviço lhe era exigido especificamente por Jeová, a quem o povo professava servir. A história de Israel como nação data do êxodo. Durante os dois séculos de escravidão no Egito, os filhos de Jacó transformaram-se em um povo numeroso e forte; contudo, estavam no cativeiro. No momento certo, porém, suas aflições e súplicas chegaram ao Senhor, que os conduziu com o braço de Seu poder. Assim que escaparam do ambiente idólatra do Egito, foi-lhes exigido que preparassem um santuário em que Jeová manifestaria Sua presença e comunicaria Sua vontade no papel de Rei e Senhor a quem eles aceitaram. 
O tabernáculo, que fora construído de acordo com o projeto e as especificações recebidos por revelação, era considerado por Israel como sendo sagrado, o santuário de Jeová. Era uma estrutura compacta e portátil, como exigiam as necessidades migratórias. Apesar de o tabernáculo não passar de uma barraca, era feito dos melhores materiais, os mais valorizados e caros que o povo possuía. Esse grau de excelência era a oferta da nação ao Senhor. Até os mínimos detalhes da construção foram pré-determinados, tanto na parte de projeto como na de materiais; era em todos os aspectos o melhor que o povo tinha a ofertar e Jeová santificou e a dádiva que Lhe era oferecida com Sua divina aceitação. Falando do assunto, atentemos para o fato de que não importa se é um homem ou uma nação que faz a oferta, se for feita de coração, com pureza de intenção será excelente aos olhos de Deus, por mais por mais modesto que esse melhor seja quando medido por outros padrões.
A resposta ao pedido de materiais para a construção do tabernáculo foi tão liberal e de tão boa-vontade que as doações excederam o necessário: "Porque tinham material bastante para toda a obra que havia de fazer-se, e ainda sobejava". (Êxodo 36:7) Emitiu-se uma proclamação quanto ao assunto e proibiu-se o povo de levar mais doações. Os artífices e trabalhadores que fizeram o tabernáculo foram designados por revelação direta, ou escolhidos pela autoridade divina designada, por causa de suas habilidades especiais e devoção. Depois de terminado, e considerando-se o lugar em que se encontrava e a situação em que fora criado, o tabernáculo tornou-se imponente. A estrutura era de madeira rara, as cortinas internas, de linho fino com desenhos pré-determinados bordados trabalhosamente de azul, púrpura e carmesim; as cortinas do meio as externas eram de peles escolhidas; as partes de metal eram de cobre, prata e ouro. 
Fora do tabernáculo, mas no interior de seu pátio, ficava o altar de sacrifícios e a pia. O primeiro recinto do tabernáculo em si era uma sala periférica, ou o Santuário; depois dele, resguardado da vista por um outro véu, ficava o santuário interno, o Lugar Santíssimo, chamado especificamente de o Santo dos Santos. A entrada ao recinto periférico só era permitida aos sacerdotes, na ordem determinada; quanto ao recinto interior, o "santo dos santos", a entrada só era permitida ao sumo-sacerdote, somente uma vez por ano e, além disso, só depois de um longo processo de purificação. (VerHebreus 9:1–7Levítico 16.)
Um dos objetos mais sagrados do tabernáculo era a arca da aliança. Ela era uma caixa ou baú feito da melhor madeira disponível, forrada e coberta de ouro puro e provida de quatro argolas de ouro para passarem-se as varas utilizadas para carregá-la nas viagens. A arca continha certos objetos de importância sagrada, como, por exemplo, um vaso com maná, preservado como lembrança; a esses objetos foram depois acrescentados a vara de Aarão, que florescera, e as tábuas de pedra com as inscrições feitas pela mão de Deus. Depois que o tabernáculo era montado no arraial de Israel, a arca era colocada além do véu interno, no Santo dos Santos. Sobre a arca, ficava o propiciatório, coroado por um par de querubins de ouro batido. Desse propiciatório o Senhor manifestaria a Sua presença, conforme o prometido antes que a arca ou o tabernáculo existissem: "E ali virei a ti, e falarei contigo de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins (que estão sobre a arca do testemunho), tudo o que eu te ordenar para os filhos de Israel".(Êxodo 25:22)
Aqui não tentaremos descrever pormenorizadamente o tabernáculo, seus objetos ou móveis; para nossos objetivos, basta saber que o arraial de Israel tinha um santuário desses, construído de acordo com um plano revelado, que representava o melhor que o povo tinha a dar tanto em materiais como em mão-de-obra; que ele era a oferta de um povo ao seu Deus e que foi plenamente aceito por Ele. (Ver Êxodo 40:3–38.) Como mostraremos posteriormente, o tabernáculo era um protótipo do templo mais estável e magnificente que, no transcurso do tempo o substituiu.
Depois de Israel ter-se estabelecido na terra prometida, quando, depois de quatro décadas de peregrinação no deserto, o povo do convênio, enfim, tomou posse de sua Canaã, o tabernáculo passou a ter um lugar para ficar em Siló; e as tribos iam ali para ouvir a saber da palavra e da vontade de Deus. (Ver Josué 18:119:5121:2Juízes 18:31I Samuel 1:3, 244:3–4.) Depois, foi levado para Gibeom (ver I Crônicas 21:29II Crônicas 1:3) e, posteriormente, para a Cidade de Davi, ou Sião. (Ver II Samuel 6:12II Crônicas 5:2.)
Davi, o segundo rei de Israel, queria construir uma casa para o Senhor e planejou fazê-lo, dizendo que não era admissível que ele, o rei, morasse em um palácio de cedro e o santuário de Deus fosse somente uma tenda. (Ver 2 Samuel 7:2.) O Senhor, porém, falou pela boca do profeta Natã e recusou a oferta, deixando claro que para ser aceitável aos Seus olhos, não bastava que a dádiva fosse adequada: era também necessário que quem a ofertava fosse digno. Davi, o rei de Israel, que em muitos aspectos era um homem conforme o coração de Deus, pecara e seu pecado não fora perdoado. Estas foram as palavras do rei: "em meu coração propus eu edificar uma casa de repouso para a arca da aliança do SENHOR e para o estrado dos pés do nosso Deus, e eu tinha feito o preparo para a edificar. Porém Deus me disse: Não edificarás casa ao meu nome, porque és homem de guerra, e derramaste muito sangue". (I Crônicas 28:2–3; ver também II Samuel 7:1–13.) Contudo, a Davi foi permitido reunir o material para a casa do Senhor, edifício que não seria construído por ele, mas por seu filho, Salomão.
Pouco depois de subir ao trono, Salomão iniciou o trabalho que herdara como uma honra juntamente com a coroa. Preparou os alicerces no quarto ano de seu reinado e a construção foi terminada em sete anos e meio. A grande riqueza que o rei, seu pai, acumulara e reservara para a construção do templo, possibilitou a Salomão fazer do mundo então conhecido seu tributário e arregimentar a cooperação de outras nações nessa tarefa grandiosa. Muitos milhares de trabalhadores foram empregados na obra e havia um artífice chefe encarregado de cada setor da obra. Era uma honra trabalhar em qualquer atividade nessa construção e o trabalho passou a ter uma dignidade que não lhe era atribuída anteriormente. A alvenaria transformou-se em profissão e os ofícios que a constituem foram estabelecidos e perduram até hoje. A edificação do Templo de Salomão marcou época, não só na história de Israel, mas na história do mundo.
De acordo com a cronologia comumente aceita, o templo foi concluído aproximadamente em 1005 a. C. No que se refere à arquitetura e construção, projeto e custo, é considerado um dos prédios mais notáveis da história. A cerimônia dedicatória durou sete dias: uma semana de alegria santa em Israel. Com a devida cerimônia, o tabernáculo da congregação e a arca sagrada da aliança foram levadas para o templo e a arca foi colocada no santuário interior: o Santo dos Santos. O Senhor manifestou sua aceitação benevolente por meio da nuvem que encheu as câmaras sagradas enquanto os sacerdotes se retiravam: "E os sacerdotes não podiam permanecer em pé, para ministrar, por causa da nuvem; porque a glória do Senhor encheu a casa de Deus". (II Crônicas 5:14; ver também II Crônicas 7:1–2e Êxodo 40:35.) Dessa forma, o templo superou, substitui e assimilou o tabernáculo, do qual, na verdade, era um magnificente sucessor. 
A comparação do projeto do Templo de Salomão com o do tabernáculo que o precedeu demonstra que, em todos os elementos essenciais, a disposição e a proporção dos dois era tão semelhante que eram praticamente idênticos. É verdade que o tabernáculo tinha só uma câmara, enquanto o templo era rodeado de átrios, mas a estrutura interna em si, o templo propriamente dito, seguia de perto o projeto anterior. As dimensões do Santo dos Santos, do Santuário e do alpendre do templo eram exatamente o dobro das partes correspondentes do tabernáculo.
A grandiosidade gloriosa desse edifício magnífico durou pouco. Trinta e quatro anos depois da dedicação e apenas cinco anos após a morte de Salomão, o seu declínio teve início; esse declínio logo transformou-se espoliação generalizada e, por fim, passou à profanação em si. O rei Salomão, o sábio, o grande construtor, fora desencaminhado pelos ardis das mulheres idólatras e os hábitos perversos do rei incentivaram a iniqüidade em Israel. A nação deixou de ser unida: havia faccões, partidos e seitas; umas adoravam no alto das colinas; outras, sob as árvores vedes, e todas alegavam a superioridade de seu próprio ídolo. O templo logo deixou de ser sagrado. A dádiva perdeu o valor por causa da perfídia de quem a oferecera e Jeová retirou a Sua presença protetora desse lugar que deixara de ser sagrado.
Deixou-se que os egípcios, de cujo cativeiro o povo fora libertado, voltassem a oprimir Israel. Sisaque, o rei do Egito, tomou Jerusalém, a Cidade de Davi, onde ficava o templo "e tomou os tesouros da casa do SENHOR (...)". (I Reis 14:25–26) Os egípcios não levaram toda a mobília, que anteriormente era sagrada; outros levaram parte do que sobrara dedicaram-na aos ídolos. (Ver II Crônicas 24:7.) Os atos de profanação prosseguiram durante séculos. Duzentos e dezesseis anos depois de os egípcios saquearem o lugar, Acaz, roubou alguns dos tesouros que restavam no templo e enviou parte do ouro e prata que restara como presente a um rei pagão a quem queria agradar. Além disso, retirou o altar e a pia e deixou somente uma casa no lugar onde anteriormente ficava o templo. (Ver II Reis 16:7–9, 17–18; ver também II Crônicas 28:24–25.) Posteriormente, Nabucodonosor, rei da Babilônia, terminou de saquear o templo e levar o pouco que restara de seus tesouros. Depois, ele destruiu o prédio a fogo. (Ver II Crônicas 36:18–19; ver também II Reis 24:1325:9.)
Foi assim que cerca de 600 anos antes do nascimento do Salvador, Israel ficou sem templo. O povo dividira-se: havia dois reinos (Israel e Judá) inimigos um do outro. O povo tornara-se idólatra e totalmente iníquo, e o Senhor rejeitara a ele e ao seu santuário. O reino de Israel, formado aproximadamente por 10 das 12 tribos, fora subjugado pela Assíria por volta de 721 a. C. e, cem anos depois, a Babilônia conquistou o reino de Judá. Durante 70 anos, o povo de Judá, que passou a ser chamado de judeu, permaneceu na servidão, exatamente como fora predito. (Ver Jeremias 25:11–1229:10.)
Então, durante o reinado favorável de Ciro (ver Esdras 12) e de Dario (Ver Esdras 6) os judeus receberam permissão de voltar a Jerusalém e voltar a edificar um templo como prescreviam suas crenças. Em homenagem ao diretor da obra, o templo restaurado ficou historicamente conhecido como o Templo de Zorobabel. O alicerce foi colocado com uma cerimônia solene e, nessa ocasião, as pessoas mais velhas que sobreviveram e lembravam-se do antigo templo choraram de alegria. (Ver Esdras 3:12–13.) A despeito das formalidades legais, (ver Esdras 4:4–24) e outros obstáculos, o trabalho continuou e 20 anos depois de voltarem do cativeiro, os judeus estavam com o templo pronto para a dedicação. O Templo de Zorobabel foi terminado em 515 a.C., exatamente no terceiro dia do mês de Adar, no sexto ano do reinado de Dario. A cerimônia dedicatória foi realizada em seguida. (Ver Esdras 6:15–22.) É verdade que, no que se refere à riqueza do acabamento e da mobília, esse templo era bem inferior ao Templo de Salomão, mas era o melhor que o povo podia construir e o Senhor aceitou-o como a oferta que simbolizava o amor e devoção de Seus filhos segundo o convênio. O fato de que profetas como Zacarias, Ageu e Malaquias ministraram entre as paredes desse templo são prova da aceitação divina. 
Cerca de 16 anos antes do nascimento de Cristo, Herodes I, o rei da Judéia, começou a reconstrução do Templo de Zorobabel, que estava deteriorado e, de modo geral, em ruínas. Ele já estava de pé havia cinco séculos e, sem dúvida, grande parte dele havia sido destruída pelo tempo.
Muitos acontecimentos da vida terrena do Salvador estão ligados ao Templo de Herodes. As escrituras deixam claro que ainda que Se opusesse aos fins vis e comerciais a que o templo havia sido entregue, Cristo reconhecia a santidade dos recintos do templo. O Templo de Herodes era um prédio sagrado; fosse qual fosse o nome que lhe dessem, para Ele, essa era a casa do Senhor. Depois, com o epílogo tristonho da grande tragédia do Calvário, quando, enfim, da cruz alçou-se agonizante o brado "está consumado", o véu do templo rasgou-se e o que antes era o Santo dos Santos ficou descoberto. A destruição total do Templo fora predita pelo Senhor quando ele ainda vivia segundo a carne. (Ver Mateus 24:1–2Marcos 13:1–2Lucas 21:6.) No ano 70 d. C., o templo foi totalmente destruído pelo fogo quando os Romanos, sob o comando de Tito, tomaram Jerusalém.
O Templo de Herodes foi o último templo edificado no hemisfério oriental na antigüidade. Desde a destruição desse edifício grandioso até a época do restabelecimento da Igreja de Jesus Cristo, no século XIX, o único lugar em que se tem registro da construção de templos são os anais nefitas. As escrituras do Livro de Mórmon afirmam que os nefitas que colonizaram o continente que atualmente é chamado de América construíram templos, mas sabemos pouco dos pormenores da construção e menos ainda da ministração das ordenanças desses templos ocidentais. O povo construiu um templo por volta de 570 a.C. e sabemos que ele seguia o modelo do Templo de Salomão; apesar de ser muito inferior em grandeza e riqueza a esse prédio magnífico. (Ver 2 Néfi 5:16.) Lemos o interessante fato de que após a ressurreição, quando o Senhor manifestou-Se aos nefitas, no continente ocidental, encontrou-os reunidos próximos do templo. (Ver 3 Néfi 11:1–10.) Contudo, o Livro de Mórmon não menciona templo algum até a época da destruição do templo de Jerusalém; além disso, a nação nefita foi extinta em aproximadamente quatrocentos anos depois de Cristo. É portanto evidente que, nos dois hemisférios, deixaram de existir templos pouco depois da Apostasia e até o conceito de templo, no sentido específico, desapareceu.
Por muitos séculos não se ofereceu nenhum santuário ao Senhor; na verdade, parece que não se via a necessidade disso. A igreja apóstata declarou que a comunicação direta com Deus cessara e, em vez da administração divina, um governo auto-constituído reclamou o poder supremo. Fica claro que, no que se refere à igreja, a voz do Senhor fora silenciada, que o povo não estava mais disposto a dar ouvidos às palavras reveladas e que o governo da igreja fora suprimido pelas instituições humanas. (Ver James E. Talmage, A Grande Apostasia [1968], capítulo 9.)
Quando no reinado de Constantino, o cristianismo desvirtuado tornou-se a religião do Estado, a necessidade de um lugar em que Deus Se revelasse, continuou totalmente despercebida ou foi ignorada. É verdade que se construíram muitos edifícios, a maioria caros e grandiosos. Alguns deles foram dedicados a Pedro e a Paulo, a Tiago e a João; outros a Madalena e à Virgem; mas não se construiu um edifício sequer com autoridade nem em homenagem a Jesus, o Cristo. Entre a infinidade de capelas e santuários, igrejas e catedrais, não havia lugar algum que o Filho do Homem pudesse chamar de Seu. Decretou-se que o papa, em Roma, era o vigário de Cristo e que, sem receber revelação, tinha autoridade para declarar a vontade de Deus. (Ver A Grande Apostasia, capítulo 10).
Somente após a restauração do evangelho no século XIX, com seus antigos poderes e privilégios, o santo sacerdócio manifestou-se novamente entre os homens. Não nos esqueçamos que a autoridade para falar e agir em nome de Deus é essencial no templo e que o templo não tem valor sem a autoridade sagrada do santo sacerdócio. No ano de Nosso Senhor de 1820, Joseph Smith, o profeta da dispensação mais recente, que era então um rapaz no seu 15° ano de vida, recebeu uma manifestação divina em que tanto o Pai Eterno como Seu Filho, Jesus Cristo apareceram ao jovem suplicante e intruíram-no. (Ver James E. Talmage, Regras de Fé, [1954], capítulo 1). Por intermédio de Joseph Smith, o antigo evangelho foi restaurado na Terra e a lei de outrora foi restabelecida. No decorrer do tempo, por meio do ministério do Profeta, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dias foi organizada e estabelecida por intermédio de manifestações do poder divino.
É significativo o fato de que essa igreja, consistente com a distinção que afirma ter (a de ser a Igreja do Deus vivo, como declara seu nome), logo nos primeiros tempos de sua história, começou a preparar-se para construir um templo. (Ver D&C 36:842:36133:2.) A Igreja foi organizada como uma instituição terrena no dia seis de abril de do ano de Nosso Senhor de 1830; e em julho do ano seguinte, recebeu uma revelação que indicava o local do futuro templo, nas proximidades de Independence, Missouri.
No dia primeiro de junho de 1833, em uma revelação ao Profeta Joseph Smith, o Senhor ordenou a construção imediata de uma casa sagrada e prometeu que nela investiria Seus servos escolhidos de poder e autoridade. (Ver D&C 95.) O povo atendeu ao chamado com boa-vontade e devoção. A despeito da grande pobreza e da perseguição incessante, a obra foi terminada e, em março de 1836, o primeiro templo da atualidade foi dedicado em Kirtland, Ohio. (Ver D&C 109.) A cerimônia dedicatória foi marcada por manifestações divinas comparáveis às que ocorreram na dedicação do primeiro templo da antigüidade e, em ocasiões posteriores, seres celestes apareceram nos recintos sagrados para revelar a vontade de Deus ao homem. Nesse lugar, o Senhor Jesus foi visto novamente e Sua voz voltou a ser ouvida. (Ver D&C 110:1–10.) Dois anos após a dedicação, o Templo de Kirtland foi abandonado pelos que o construíram: eles foram obrigados a fugir por causa da perseguição e, em sua ausência, o templo sagrado passou a ser uma casa comum, rejeitada pelo Senhor em cujo nome fora edificada. O prédio ainda está de pé.
Os santos dos últimos dias migraram para o oeste; estabeleceram-se primeiro no Missouri e, depois, em Illinois, com Nauvoo como sede da Igreja. Mal se haviam instalado no novo lar quando se ouviu a voz da revelação conclamar o povo a novamente construir uma casa sagrada dedicada ao nome de Deus.
As pedras de esquina do Templo de Nauvoo foram colocadas em 6 de abril de 1841; a cimeira foi colocada no dia 24 de maio de 1845; os dois eventos foram celebrados com uma reunião e cerimônia religiosa solenes. Apesar de ser evidente que seriam obrigados a fugir novamente e apesar de todos saberem que teriam de abandonar o templo pouco depois de terminá-lo, trabalharam com afinco e diligência para terminá-lo e mobiliá-lo. Ele foi dedicado em 30 de abril de 1846, mas algumas partes, como o batistério, por exemplo, haviam sido previamente dedicadas e utilizadas para a realização de ordenanças. Muitos membros da Igreja receberam suas bênçãos e a investidura no Templo de Nauvoo, apesar de o êxodo da população ter começado antes do término da construção. O templo foi abandonado pelas pessoas que o erigiram com sacrifício e apesar da pobreza. Em novembro de 1848 ele foi objeto de um incêndio criminoso e em maio de 1850 um furacão derrubou o que restava das paredes enegrecidas pelo fogo.
Em 24 de julho de 1847 os pioneiros mórmons chegaram as vales de Utah (a região ainda fazia parte do território mexicano) e iniciaram uma colônia onde agora fica Salt Lake City. Poucos dias depois, Brigham Young, o profeta e líder, indicou o local em meio ao mato de uma região árida batendo a bengala no solo ressequido e proclamou: "Aqui ficará o templo de nosso Deus". Atualmente esse local é o belo quarteirão do templo, o ponto central em torno do qual a cidade se expandiu. Em fevereiro de 1853 o local foi dedicado em uma cerimônia religiosa e no dia seis de abril, foram colocadas as pedras de esquina do prédio em uma cerimônia solene e imponente. A construção do Templo de Salt Lake levou 40 anos; a cimeira foi colocada no dia 6 de abril de 1892, e o templo terminado foi dedicado um ano depois.
Este trabalho não tem como objetivo tratar pormenorizadamente de nenhum templo específico, seja antigo ou moderno, mas indicar as características essenciais e distintivas dos templos e deixar claro o fato de que tanto na antigüidade como atualmente o povo do convênio considera a construção de templos um trabalho que lhe é exigido especificamente. Pelo que dissemos, fica claro que o templo é mais que uma capela ou igreja, mais que uma sinagoga ou catedral: é um edifício erigido para ser a casa do Senhor, consagrada à comunhão mais íntima entre o Senhor e o santo sacerdócio, e dedicada às ordenanças mais elevadas e sagradas da era ou dispensação a que determinado templo pertença. Além disso, para que o templo seja verdadeiramente sagrado (aceito por Deus e por Ele reconhecido como Sua casa), a dádiva tem de ter sido pedida e tanto ela como quem a oferece devem ser dignos.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias proclama ter o santo sacerdócio que foi restaurado na Terra, ter recebido o encargo divino de erigir e manter templos dedicados ao nome e à adoração do Deus verdadeiro e vivo e que, nesses edifícios sagrados, ministra as ordenanças do sacerdócio, cujo efeito é ligar as coisas na Terra e além da morte.

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